Que paciente não deseja melhorar sua autoestima? Todos. Porém, existem situações onde a reposição dentária não é capaz de devolver nem a anatomia do osso e nem a dos tecidos moles. Assim, nós profissionais recorremos aos enxertos.
E para quem trabalha nesta área, o “calcanhar de Aquiles” é fechar um retalho sem colocar tensão excessiva.
Raciocínio simples: toda área cirúrgica é uma ferida que precisa cicatrizar. As suturas nos ajudam muito. Mas se as margens do seu retalho de tecido mole não se ajustam bem, a ferida se abre, bactérias aproveitam a chance e...toda a sua terapia será perdida!
O osso que você colocou também poderá desaparecer.
Atualmente, mesmo que você necessite de osso, haveria uma possibilidade técnica para evitar o acréscimo de tecido mole partindo-se de outra região ou fonte externa.
Ela se chama balonamento. E o material a ser colocado é um expansor de tecido mole baseado em hidrogel. Essa técnica vem da cirurgia craniofacial.
Um dos pacientes mais famosos foi o fantástico dançarino e cantor Michael Jackson. Quando sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus no couro cabeludo em função de um acidente numa gravação de um comercial, os cirurgiões colocaram um balão sobre seu escalpo. Naquela época, soro fisiológico era injetado no balão. Com a pressão gerada, a pele expandiria.
Na Odontologia, o princípio de funcionamento seria o mesmo: depois de levantar um retalho total, o material expansor (uma cápsula de hidrogel) é colocada sob o tecido mole. No caso do hidrogel, por absorção de líquido, ele causaria uma pressão no tecido mole suprajacente.
Ao mesmo tempo que o tecido mole mudaria de volume (expansão), o hidrogel seria gradualmente incorporado ao seu organismo.
A última etapa seria reabrir a área e completar com o enxerto ósseo.
Entretanto, os hidrogéis de segunda geração (polímeros como a ácido metacrílico e vinil-pirrolidona) ainda estão na fase pré-clínica de testes.
Motivo? A pressão no tecido duro subjacente, se for excessiva, também provocará sua reabsorção.
Mas as perspectivas são excelentes, a partir do momento em que já se discute a criação de hidrogéis minimamente invasivos na engenharia tecidual.
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