Dentes possuem um potencial biológico singular na prática clínica. Mesmo se as coroas dentárias forem perdidas (trauma, cárie, etc.), teremos as raízes. Os guias de decisão preconizam que raízes sejam extraídas nos casos de reabsorção interna/externa ou fratura radicular que não possa ser suavizada. Por outro lado, a raiz poderá ser reaproveitada. Considerando a biologia dos tecidos moles e duros e como a estética é um dos pontos importantes na Odontologia, seria bom ficar de olho nas situações abaixo e ativar o seu endodontista de preferência:
Formar tecido mole e duro pela extrusão ortodôntica controlada
Forças ortodônticas podem trazer os tecidos moles e duros para uma posição mais coronal quando seus vetores são bem controlados. Esta terapia tem mais de 40 anos, é simples, necessita de fios ortodônticos/bráquetes, ou de uma placa oclusal para controle/troca dos elásticos.
Formar tecido mole submergindo/sepultando a raiz para possível extração/colocação futura do implante
Outra terapia clássica é reduzir o aspecto coronal radicular, colocando-a praticamente para dentro dos alvéolos. A gengiva se prolifera e fecha esta área, melhorando a qualidade do tecido mole necessário à estética e colocação posterior do implante dentário. Esta prática tem mais de 30 anos e só precisa de uma broca esférica para ser realizada.
Manter a forma do rebordo reduzindo-se a raiz
A decisão pela não extração e sepultamento radicular foi uma das primeiras ideias para preservar o rebordo alveolar e que persiste até os dias de hoje, principalmente quando os pacientes não querem receber implantes dentários. Esta prática tem mais de 50 anos, e pode ser usada sob os pônticos das próteses parciais fixas.
Colocar o implante removendo o fragmento palatino da raiz
A técnica que se popularizou como “socket-shield” apresenta três opções: remover a parte palatina da raiz e colocar o implante dentário por palatino; fazer a osteotomia com fresas, remover a raiz palatina e colocar o implante dentário. A terceira opção é colocar um biomaterial entre o fragmento vestibular e a parede do implante dentário. Revisões sistemáticas recentes mostram que os resultados são benéficos no controle da espessura da tábua vestibular e remodelação óssea radiográfica. Esta prática tem mais de 13 anos.
Triturar a dentina (dente extraído) para liberar seus fatores de crescimento
Não são só os hemoderivados aglutinados que possuem esta faceta: raízes também guardam fatores de crescimento. Através de um equipamento especial, o material está pronto para ser colocado no alvéolo. Embora esta filosofia não seja recente, a tecnologia do século 21 ajuda e seus resultados promissores têm motivado adeptos pelo mundo todo.
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