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Foto do escritor PAULO ROSSETTI

Prevenção: a regra do jogo

Atualizado: 30 de mai.


Prevenção efetiva: "armado até os dentes".
Prevenção efetiva: "armado até os dentes"!


A prática da Odontologia sempre enfrentou duas patologias clássicas: a cárie e a doença periodontal. Depois de muito tempo, compreendemos que existem perfis de pacientes, alguns mais propensos à doença cárie e outros à doença periodontal.


Como há todo um conjunto de sinais e sintomas que as tipificam, surgem o tratamento e a prevenção condizentes. Não existe sensação melhor do que os ver “controlados”. Melhor dizendo...controladas? De quem você está falando: do paciente ou das bactérias?


Esse é um dilema subliminar interessante: quando se controla a doença, se controla o paciente ao mesmo tempo e automaticamente? No consultório, controlamos a doença in loco. Terminada a consulta, esse processo deve continuar em casa, de forma ativa. Em biologia, nunca é uma questão de resolver, mas de "controlar".


Por isso, todo tratamento bem-sucedido é uma relação de confiança, onde o controle está ativo (bidirecional). Nos seminários de prevenção, os primeiros minutos sempre se referem ao “controle dos fatores etiológicos”. Veja: as bactérias não dirigem o carro, não vão ao supermercado, e não pagam suas próprias compras. Mas ficam sedentas por açúcar e num surto de ódio (metabólico, entenda assim), corroem os nossos dentes e inflamam as nossas gengivas!


Uma interpretação errônea clássica é pensarmos que a escovação diária tirará todas as bactérias do lugar para sempre. Não, elas só ficam desorganizadas para se juntarem mais tarde. Ter essa agenda vazia ou lotada depende da capacidade de defesa do nosso organismo. Não há como mudar isso: É a regra do jogo.


Também, não há um só artigo já publicado em toda a literatura periodontal onde os pacientes, mesmo os mais bem controlados, após um exame de evidenciação e sondagem, demonstraram todos os índices de sangramento e placa nulos.


Uma dentição minimamente funcional possui pelo menos entre 20 - 25 dentes. Mesmo assim, são 60 - 75 áreas de escovação direta, 4 onde a escova alcança (as superfícies distais que não vemos) e pelo menos de 18 à 23 áreas de contato onde só o fio dental consegue entrar. É complicado por natureza. Sempre há um local onde a escovação não é tão efetiva, e o risco de acumular placa (e ficar doente) será maior.


Avançamos bastante no diagnóstico das doenças cárie, periodontal e periimplantar. Existem índices, fórmulas e diversos protocolos para quantifica-las e trata-las. Mas precisamos aprender como nos tornar verdadeiros artistas de cinema para motivar mais e melhor os nossos pacientes.


Precisamos ensinar (as novas gerações, principalmente) e principalmente nos policiar, para que a verdadeira “dancinha do fio dental” seja na boca e não nas redes sociais.


Na real? esse será o melhor “like” que eu ou você poderemos "receber" dos nossos dentes.

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