Em quase toda a literatura nacional e internacional, as taxas de perdas dos implantes dentários ficam entre 3% e 5%. Mas o que isto significa?
Depende dos números originais que você tem. Melhor, dos implantes que você já colocou.
Vamos criar uma tabela sobre a sua prática clínica considerando os seus implantes dentários e que “você perdeu” 5% em média ao longo de 5 anos de uso, o que seria o começo de uma grande vitória.
Então, qual seria a “melhor” situação? Eu sei, perder o menor número de implantes possível.
Mas observe os números abaixo:
número de implantes colocados | falhas (5%) |
50 | 2,5 |
100 | 5 |
150 | 7,5 |
200 | 10 |
250 | 12,5 |
300 | 15 |
350 | 17,5 |
400 | 20 |
450 | 22,5 |
500 | 25 |
1000 | 50 |
Agora, vamos gerar uma nova tabela considerando apenas 3% de perda ao longo de 5 anos:
número de implantes colocados | falhas (3%) |
50 | 1,5 |
100 | 3 |
150 | 4,5 |
200 | 6 |
250 | 7,5 |
300 | 9 |
350 | 10,5 |
400 | 12 |
450 | 13,5 |
500 | 15 |
1000 | 30 |
E para fechar, as diferenças entre perder 5% e apenas 3%:
número de implantes colocados | (5% - 3%) |
50 | 1 |
100 | 2 |
150 | 3 |
200 | 4 |
250 | 5 |
300 | 6 |
350 | 7 |
400 | 8 |
450 | 9 |
500 | 10 |
1000 | 20 |
Tudo bem se pararmos por aqui? Não. Em qualquer caso de perda de implante dentário, sendo abaixo ou acima de 4-5 elementos, as perguntas que todo clínico deveria fazer:
O implante perdido é pilar de uma prótese fixa? De quantos elementos? Ele era um pilar mesial ou distal?
O implante perdido é um elemento intermediário de uma prótese total fixa sobre implantes dentários?
O implante perdido era um dos pilares da sua overdenture?
O implante perdido era um dos implantes zigomáticos?
O implante perdido era um elemento unitário na zona estética?
Reexaminando as tabelas comparativas, tecnicamente, teríamos perdido um caso completo de uma prótese total na mandíbula (quatro implantes) depois de 100 a 200 implantes dentários em posição, no acompanhamento teórico de 5 anos.
Ou, quem sabe, quatro casos de implantes unitários?
Mais uma vez: o que é pior?
Entretanto, só teríamos atingido uma “curva de perdas”, se podemos chamar assim, pelo menos, depois de uns 200 implantes em posição.
E mesmo que estas perdas aconteçam antes dos primeiros 5 anos e pelos mais diversos fatores, elas não alteram a sua “meta de execução” dos 100 a 200 implantes.
Precisamos fazer entre 100 - 200 implantes para começarmos a entender como estamos administrando os nossos riscos cirúrgicos e o que poderemos fazer para muda-los.
O risco cirúrgico é a fusão da anatomia local e da sua habilidade como cirurgião ou cirurgiã-dentista. A anatomia local pode ser modificada, e o nosso treinamento melhorado, principalmente nos casos onde “não fazer” significará mais do que “ter feito”.
Não é difícil termos os 200 implantes/ano se colocarmos dois por dia. Ou, se você coloca 12 por semana (por exemplo, três casos em pacientes totalmente edêntulos), multiplique por 48-50 semanas, e chegará à marca de 576 - 600 implantes.
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