Os implantes zigomáticos foram criados para reabilitação de pacientes com maxilas severamente atróficas. Isto significa que o osso da arcada superior, sem os elementos dentários, não possui mais altura e largura suficiente comparada ao seu tamanho original. Nas imagens tomográficas de feixe cônico, é como se a maxila tivesse a espessura de uma folha de papel sulfite.
No diagnóstico desta situação, é importante que o grau de atrofia seja identificado e, quando indicado, implantes zigomáticos serão utilizados.
Ainda, só profissionais extremamente capacitados (a maioria possui residência ou especialização em Cirurgia/Traumatologia Buco Maxilofacial) devem executar esse tratamento, pela complexidade anatômica e os riscos envolvidos.
Ao longo dos anos, com diversas modalidades/técnicas cirúrgicas publicadas sobre os implantes zigomáticos, era natural em algum momento haver uma reunião tentativa de consenso.
E ela aconteceu, inclusive com a participação de três cirurgiões-dentistas do Brasil: Dr. André Sakima, Dr. Eduardo José de Moraes, e Dr. Waldemar Polido.
Esta reunião contou com 63 participantes, e foi comandada pelos Drs. Carlos Aparicio, Tomas Albrektsson, Rubén Davó, David Pastorino, e Dra. Chantal Malevez.
Aqui, foi utilizado o Método Delphi, onde um questionário é composto com diversas perguntas divididas por tópicos. Nas respostas, se o nível de concordância entre participantes atingir 70% ou mais, tem-se um consenso sobre determinado assunto.
Abaixo, os principais pontos e o resultado deste consenso:
Indicação
quando a altura da crista óssea for menor/igual a 4mm
largura mínima da crista óssea: 6mm
se a situação acima ocorrer nos setores anteriores e posteriores ao mesmo tempo, quatro implantes zigomáticos são possíveis
dentes comprometidos devem ser extraídos 4 meses antes
a condição do seio maxilar deve ser examinada antes e depois da cirurgia
se houver patologias, um otorrino deve ser ativado
Planejamento
abertura bucal suficiente é necessária
TCFC mandatória (altura, espessura, localização)
tecnologia para planejamento virtual 3D
Trajetória do implante
respeitar a integridade da membrana do seio na zona crítica de comunicação bucosinusal
o uso de guias de perfuração não deve ser sistemático
Medicação
prescrição de antibióticos antes da cirurgia
antibióticos, corticosteroides, e AINEs depois da cirurgia
Cirurgia
incisões relaxantes para preservar os tecidos moles
preservar a membrana do seio ao nível da crista óssea
usar o motor cirúrgico para começar a inserir o implante
torque mínimo de 25Ncm para carga imediata
Desenho do implante
superfície lisa e sem roscas nas regiões coronal e média
superfície rugosa e com roscas na região apical
Prótese
carga imediata apenas se a estabilidade inicial for atingida
prótese imediata entregue dentro de 24 horas da cirurgia
excursões laterais suaves
ausência de cantilever para distal
perfil gengival adequado para higienização
Acompanhamento
mais de uma vez ao ano, usando TCFCs e panorâmicas
radiografias periapicais não tão úteis neste sentido
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