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Foto do escritor PAULO ROSSETTI

Implantes zigomáticos: o que é consenso na literatura?

Atualizado: 30 de mai.


desenho de uma maxila atrófica com quatro implantes zigomáticos
representação esquemática de uma maxila atrófica recebendo quatro implantes zigomáticos

Os implantes zigomáticos foram criados para reabilitação de pacientes com maxilas severamente atróficas. Isto significa que o osso da arcada superior, sem os elementos dentários, não possui mais altura e largura suficiente comparada ao seu tamanho original. Nas imagens tomográficas de feixe cônico, é como se a maxila tivesse a espessura de uma folha de papel sulfite.


No diagnóstico desta situação, é importante que o grau de atrofia seja identificado e, quando indicado, implantes zigomáticos serão utilizados.


Ainda, só profissionais extremamente capacitados (a maioria possui residência ou especialização em Cirurgia/Traumatologia Buco Maxilofacial) devem executar esse tratamento, pela complexidade anatômica e os riscos envolvidos.


Ao longo dos anos, com diversas modalidades/técnicas cirúrgicas publicadas sobre os implantes zigomáticos, era natural em algum momento haver uma reunião tentativa de consenso.


E ela aconteceu, inclusive com a participação de três cirurgiões-dentistas do Brasil: Dr. André Sakima, Dr. Eduardo José de Moraes, e Dr. Waldemar Polido.


Esta reunião contou com 63 participantes, e foi comandada pelos Drs. Carlos Aparicio, Tomas Albrektsson, Rubén Davó, David Pastorino, e Dra. Chantal Malevez.


Aqui, foi utilizado o Método Delphi, onde um questionário é composto com diversas perguntas divididas por tópicos. Nas respostas, se o nível de concordância entre participantes atingir 70% ou mais, tem-se um consenso sobre determinado assunto.


Abaixo, os principais pontos e o resultado deste consenso:

Indicação

  • quando a altura da crista óssea for menor/igual a 4mm

  • largura mínima da crista óssea: 6mm

  • se a situação acima ocorrer nos setores anteriores e posteriores ao mesmo tempo, quatro implantes zigomáticos são possíveis

  • dentes comprometidos devem ser extraídos 4 meses antes

  • a condição do seio maxilar deve ser examinada antes e depois da cirurgia

  • se houver patologias, um otorrino deve ser ativado


Planejamento

  • abertura bucal suficiente é necessária

  • TCFC mandatória (altura, espessura, localização)

  • tecnologia para planejamento virtual 3D


Trajetória do implante

  • respeitar a integridade da membrana do seio na zona crítica de comunicação bucosinusal

  • o uso de guias de perfuração não deve ser sistemático


Medicação

  • prescrição de antibióticos antes da cirurgia

  • antibióticos, corticosteroides, e AINEs depois da cirurgia


Cirurgia

  • incisões relaxantes para preservar os tecidos moles

  • preservar a membrana do seio ao nível da crista óssea

  • usar o motor cirúrgico para começar a inserir o implante

  • torque mínimo de 25Ncm para carga imediata


Desenho do implante

  • superfície lisa e sem roscas nas regiões coronal e média

  • superfície rugosa e com roscas na região apical


Prótese

  • carga imediata apenas se a estabilidade inicial for atingida

  • prótese imediata entregue dentro de 24 horas da cirurgia

  • excursões laterais suaves

  • ausência de cantilever para distal

  • perfil gengival adequado para higienização


Acompanhamento

  • mais de uma vez ao ano, usando TCFCs e panorâmicas

  • radiografias periapicais não tão úteis neste sentido


Acesse o trabalho original:


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