Osseointegração:
O que a ciência vê na interface osso-implante? Uma camada rica em proteoglicanas (PGs). Na fase avançada de formação nesta interface, células-tronco da medula óssea serão recrutadas e se diferenciarão em osteoblastos. Então, os osteoblastos produzirão a matriz óssea, que contém fibras colágenas e proteoglicanas (PGs). Pelo menos, é o que deve ocorrer enquanto o implante dentário osseointegra.
Esclarecendo:
Proteoglicanas (PGs) são formadas por um eixo central e eixos paralelos de glicosaminoglicanas (GAGs). Numa visão geral, as GAGs são as cerdas da escova de limpar mamadeiras. As PGs são a substância fundamental da matriz óssea mineralizada.
Existem diversos sinais que controlam essa diferenciação de célula-tronco em osteoblasto. Entretanto, poderia haver um mecanismo capaz de inativar todos?
FAM20B:
Dentro das células, é uma molécula que “controla” parte da montagem das glicosaminoglicanas (GAGs) no eixo central da proteoglicana (PGs). Distúrbios neste mecanismo geram síndromes que afetam o crescimento em seres humanos.
Quando a FAM20B é afetada, o que acontece com as células-tronco da medula óssea que deveriam produzir osso em contato com o titânio? Justamente a redução nos níveis de osteocalcina e fosfatase alcalina (a dupla dinâmica indicativa de osso) e nos níveis moleculares das grandes vias de osteogênese (ERK1/2 e Runx2).
Assim, embora a secreção das proteoglicanas (PGs) tenha continuado, não foram gerados os níveis desejados de glicosaminoglicanas (GAGs). Uma escova não pode ser útil sem as suas cerdas.
As células-tronco sem FAM20B não formarão a tão necessária camada rica em PGs que constitui a interface de adesão.
Claro, esse estudo explica parte do que seria a falha na osseointegração, mas não o todo.
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