Células-tronco! Sim, células-tronco mesenquimais ou células sinalizadoras medicinais. E adivinhem? A cavidade bucal do seu paciente é uma grande fonte de células-tronco. Por exemplo, elas podem ser encontradas na polpa do dente decíduo exfoliado, na gengiva, e no ligamento periodontal. Duas grandes características marcam as células-tronco: capacidade de se tornarem células típicas de outros órgãos e sua auto renovação.
Isto traz esperança para que num futuro bem próximo, através da engenharia tecidual e impressão 3D, o número de transplantes de órgãos seja reduzido e a necessidade de doadores compatíveis seja menor.
No diabetes tipo 2, a insulina gerada pelo pâncreas não consegue mais colocar o açúcar para dentro das células musculares, de gordura, ou do fígado. Além disso, se não controlada, essa doença gera lesões microvasculares nas extremidades das mãos e pés, nos olhos (retina), e ainda dificulta a cicatrização das feridas (que não fecham), podendo gerar problemas cardiovasculares ao longo do tempo.
Estes fenômenos são bem descritos na literatura médica. Atualmente, o dentista ocupa uma posição chave, já que nas consultas pré-operatórias ele deve pedir o exame da glicemia ao seu cliente. A metformina é o medicamento conhecido utilizado para reduzir os efeitos destas complicações.
A doença de Parkinson é uma neurodegeneração (só fica atrás do Alzheimer) caracterizada pelo tremor, rigidez, instabilidade postural. Pacientes com Parkinson têm episódios frequentes de câimbras. O motivo é a perda dos neurônios que secretam dopamina, um neurotransmissor que fica na substância negra cerebral.
Dois artigos recentes, publicados por grupos independentes, trazem luz sobre o uso das células-tronco mesenquimais no Diabetes e mal de Parkinson:
No primeiro artigo, a metformina promoveu a proliferação de células-tronco da polpa dentária e as estimulou a expressar componentes relacionados à migração e angiogênese. Quando as células-tronco foram tratadas previamente com metformina e cultivadas com as células endoteliais do cordão umbilical, as últimas mostraram forte capacidade de migração e angiogênese, tanto in vitro quanto in vivo.
No segundo artigo, as células-tronco gengivais foram capazes de modificar as células características do mal de Parkinson, protegendo os neurônios da morte programada (apoptose) e necrose, recuperando a integridade das membranas, e assim melhorando os impulsos nervos e os movimentos das cobaias.
Sem dúvida, novas perspectivas no horizonte! Vamos acompanhá-las!
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