“Olha, você está apertando os seus dentes” é uma frase muito ouvida pelos pacientes nos consultórios odontológicos. Logo vem à mente uma sugestão: “bruxismo”.
Além dos dentes naturais, o bruxismo coloca em risco desde a mais simples resina composta até as restaurações sobre implantes dentários.
Outros sinais incluem a linha branca que se forma na lateral das bochechas, as bordas onduladas da língua, a apneia obstrutiva do sono, consumo de álcool exagerado, qualidade do sono ruim, estresse relacionado à atividade profissional, etc.
Pelos conceitos atuais, o bruxismo está além do apertar dos dentes: envolve a atividade motora dos músculos mastigatórios, que pode ocorrer durante o sono (bruxismo do sono) ou quando estivermos acordados (bruxismo em vigília). Durante o sono, essa atividade muscular pode ser rítmica ou não rítmica. Em vigília, essa atividade constitui o contato dentário repetitivo e sustentado pela mandíbula.
Em ambas as situações, é importante ressaltar que não temos desordens do sono ou desordens de movimento. O bruxismo é uma característica especial e multifatorial.
Assim, como profissionais, nós precisamos de uma ferramenta de verificação que realmente consiga entender os pacientes por completo.
Reuni-las e dar sentido ao diagnóstico não é uma tarefa fácil.
Entretanto, a proposta mais recente é conhecida como STAB (Standard Tool for the Assessment of Bruxism), concebida por uma grande equipe de professores após dois consensos.
Essa ferramenta (STAB), que é um questionário com perguntas e questões de múltipla escolha em 66 itens, está dividida basicamente em dois eixos:
eixo A = avaliação das condições e consequências do bruxismo
eixo B = avaliação dos riscos, etiologias e comorbidades no bruxismo
No eixo A, os profissionais navegam por três áreas básicas, divididas em nove partes:
relatório do paciente: com respostas para perguntas sobre seu bruxismo do sono (A1), bruxismo em vigília (A2), e para as queixas dos pacientes (A3)
relatório do clínico: exames validados para o aspecto articular/muscular (A4), tecidos extra e intrabucais (A5), dentes e restaurações (A6)
relatório tecnológico: uso da polisomnografia para estudar os músculos no bruxismo do sono (A7), bruxismo em vigília (A8), instrumentos adicionais (A9)
No eixo B, os profissionais navegam por cinco áreas:
exame psicossocial (B1)
exame das condições relacionadas ao sono (B2)
exame das condições não relacionadas ao sono (B3)
medicamentos prescritos e uso de substâncias (B4)
fatores adicionais (B5)
Ainda, na publicação original, há links para os formulários que contêm as pontuações em cada área dos eixos A e B.
Essa ferramenta ainda não possui uma tradução oficial e validada para a língua portuguesa, mas pode ser lida gratuitamente no link abaixo:
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