A doença periodontal seria uma "compensação evolucionária? Surge uma nova hipótese
- PAULO ROSSETTI
- 19 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de fev.

Na sequência de filmes sobre o grupo de super-heróis da Marvel, os Vingadores, o vilão intergaláctico Thanos precisa trocar a alma de sua filha, Gamora, pela joia da alma, uma pedra que concede poderes ilimitados ao seu portador(a).
É o que chamamos de "compensação". Aqui, levada às últimas consequências.
Entretanto, com uma compreensão maior sobre o que realmente pode levar um dente ao seu destino final, e observando que Medicina e Odontologia estão cada vez mais interligadas, novas hipóteses (sistêmicas) ganham força.
Nessa vertente, num artigo recente sobre o impacto dos fatores genéticos na doença periodontal, alguns modelos são traçados, explicando a influência de cada fator na evolução desta doença em função da idade dos pacientes.
Ainda, alguns estudos são citados, mostrando quais seriam os prováveis genes.
Uma das hipóteses é que a genética teria sua influência maior nas primeiras décadas de vida, enquanto sua intensidade / potência de expressão seria reduzida com o passar dos anos, deixando os pacientes mais sob a influência do ambiente e dos hábitos de dieta e vida a partir da quarta/quinta década de vida.
Entretanto, esse não é o único fator que chama a atenção: há uma outra hipótese colocando a doença periodontal sob o conceito de "compensação evolucionária".
O que se poderia "dar em troca" como compensação nesses casos?
A resposta, segundo os autores, é bem simples: o dente afetado.
nesse modelo, com o passar dos anos, pacientes adquirem diversas doenças inflamatórias com as quais não conseguem lidar bem (polifarmácia)
assim, a maneira mais simples do organismo resolver a inflamação seria, por exemplo, "dar um cartão vermelho" para o dente que é tratado, raspado, alisado, e nunca melhora do ponto de vista periodontal.
já que o objetivo é resolver a inflamação, nesse modelo de compensação, a solução é "expulsar o dente" mesmo.
ainda, para eliminar o risco de uma bacteremia ou sepse (que põe em risco a vida do ser), a "exfoliação dentária" é o que custaria menos (realmente, seria mais fácil) nessa compensação. Faz sentido?
Por consequência, segundo essa nova teoria (ainda não testada nem em animais, é importante ressaltar) a reabsorção na crista óssea seria o aspecto final dessa "compensação evolucionária" frente à doença periodontal.
Todo o raciocínio acima nos leva, mais uma vez, à osteoimunologia.
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